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Boa noite~ Eu estou tentando terminar esse início da história o mais rápido possível pra chegar na parte boa. Esse capítulo provavelmente será longo, eu fiz a primeira parte com muita pressa, então talvez eu divida em uma terceira parte mesmo. Não gosto de perder muito tempo descrevendo personagens quando gosto de desenhá-los, mas como estou sem desenhos agora, vou tentar por mais detalhes na parte da biografia dos personagens. Aproveitem o capítulo ~
Dentro da sala de aula, com todos concentrados em suas tarefas, as gêmeas se entreolham e balançam a cabeça.
3, 2, 1... – repetem sussurrando de alguma maneira que só elas mesmas fossem capazes de ouvir.

As duas se levantaram, mas a imagem delas continuaram normais enquanto elas estavam invisíveis, como dentro de uma neblina. Elas saíram da sala deixando seus falsos reflexos continuarem as imitando, ninguém perceberia a diferença, ninguém nunca percebeu. Essa era uma magia que as gêmeas sempre usavam para escapar de algum lugar, elas manipulavam a luz para que ninguém as vissem onde estavam e pensassem que estavam noutro lugar; é uma magia bem simples que pode ser desfeita apenas com um simples toque, mas que deveria ser admirada pelo fato das gêmeas conseguirem controlá-la por tanto tempo e de tão longe - muitas vezes sem esforço.

As vezes saíam para ver lojas, passeavam pelos corredores, descaçavam no terraço, era isso que faziam todos os dias. Nunca se consideraram especiais, apenas diferentes das pessoas normais. Afinal, elas queriam mudar o mundo ou 'fazer a diferença', apenas continuariam vivendo suas vidas normais, e juntas. Todas as vezes que as duas se separaram lhe causaram traumas, era quase uma maldição onde uma não poderia viver sem a outra.

As gêmeas decidiram ir ao terraço da escola, um espaço aberto, mas proibido para os alunos. Diana estava lendo um livro sentada no chão, e Luna estava deitada com a cabeça eu seu colo. Enquanto Diana estava distraída com sua leitura, Luna ficava lançando feitiços no ar. O céu mudava de cor, nuvens viam e desapareciam, arco-íris e estrelas apareciam de repente.

– Nada disso é real, né?
– Um...? – Diana tira sua atenção do livro por um minuto – Ah, está falando do céu? Bem... – ela continuou afagando a cabeça da irmã – Pode ser que não esteja mudando as estações ou esteja anoitecendo, mas está vendo, não está? Pode não ser de verdade, mas também não deixa de ser real.
– Não... É apenas uma ilusão... Como pode ser real?
– Porque eu estou vendo, eu acredito que o que você fez é real, mesmo não sendo noite, posso ver o céu estrelado. Porque eu acredito em você e em seus poderes.

Uma pausa pairou antes que alguma delas continuasse.
– Você não deveria me mimar desse jeito.
– Estou falando sério, poxa!
– Você não disse coisa com coisa! – Luna se levantou para não se sufocar de tanto rir.
– Pare de rir... – disse Diana contendo o riso.

Por fim, o dia acabou com as duas apostando quem conseguiria fazer mais paisagens no céu, Diana ganhou em tempo, mas Luna ganhou em variedade.

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– Ahh~ Que sono! – reclamou Luna se espreguiçando enquanto voltava para casa.
– Você sempre está com sono e mesmo assim vai dormir tarde.
– É mais forte do que eu, se você pudesse ler a noite tenho certeza que também não iria querer dormir.
As duas riram do comentário. Elas praticamente amavam os seus dias assim; sem obrigações, regras ou limites. Eram quase donas de si mesmas.

Enquanto conversavam sobre coisas aleatórias, Luna parou no meio do caminho, sem vida no olhar e calafrios cercavam seu corpo. Esta uma parte horrível de suas vidas; as constantes previsões. Coisas simples, desde um caderno caindo no chão até acidentes de carros, elas podiam ver tudo que não tinham acontecido, mas iriam presenciar.

As duas caminhavam, em uma rua próxima de sua casa, enquanto eram seguidas por uma mancha escura no chão... Uma sombra?

Uma sombra...? – Luna murmurou enquanto tentava voltar para a realidade – O que!?
Gritou na rua quando saiu de seu transe, com o coração acelerado quase saltando do peito; não era uma das melhores sensações do mundo.
– O que foi? O que viu?
– Por que diabos uma sombra nos seguiria!? – gritava ainda em choque.
– Luna, preciso que se acalma, não grite, tem pessoas nos olhando.
Assim o fez, a garota respirou fundo enquanto acalmava suas batidas cardíacas e mandava embora aquela sensação de ansiedade que suas previsões deixavam para trás.

– Tinha alguma coisa nos seguindo, só vi a sombra, não pude dizer o que era de verdade, desculpa.
– Tudo bem, as vezes as visões são confusas, é difícil saber ao certo.
– Então talvez tenha sido só impressão, sobre estar perseguindo a gente?
– Não... Senti uma sensação de ser observada hoje mais cedo, também vi a sombra de alguém mais cedo.

Luna prosseguiu quando conseguiu se acalmar por completo.
– Quer dizer que nós temos um stalker?
– Provável, isso pode nos causar problemas.
– Vamos ficar de olho.
– Mas não seria perigoso... Levar alguém assim direto para nossa casa?
– O stalker já deve saber onde moramos mesmo...
– Só que podemos ao menos parecer que estamos indo para outro lugar.
– Quer encurrala-lo? – Luna disse começando a ficar agitada
– Não. Não podemos mostrar nossos poderes ou deixar alguém saber de nós. – Diana ficou pensativa antes de continuar – Por hora então, vamos para casa.

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Quando chegaram fizeram o de sempre: tiraram suas roupas, jogaram a mochila em qualquer canto, pegaram algo escondido na cozinha, conversaram e foram tomar banho antes de irem pra cama - não necessariamente dormir.
Enquanto Diana tomava banho, Luna se distraia em seus pensamento até entrar num devaneio...

Duas garotinhas brincavam sozinhas isoladas de uma turma infantil, dentro de um orfanato. As duas estava quietas e se divertiam juntas. Uma bola de um dos meninos quase bateu em uma das meninas, mas aparentemente, a outra interrompeu o trajeto, antes de chegar a machucar. As outras crianças as cercaram, mandando irem embora e jogando terra.
– Esquisitas!
– Monstros!
Enquanto as duas se protegiam e estavam prestes a chorar, mas a violência cessou e as meninas se acalmaram. As bocas que antes estavam gritando, agora estava cheias de sapos.


Esta foi a primeira demostração de magia de nível delas, quando Diana protegeu Luna ainda crianças.
– Tsc. Por que estou lembrando disso agora?

Ela respirou fundo deixando os pensamento vagarem soltos. Antes que pudesse respirar pela segunda vez, levou um susto ao sentir sua perna sendo puxada. Havia uma tira preta, como se fosse uma fumaça, em volta de seu tornozelo. Com a perna livre, ela tentou romper o que parecia um cordão, mas foi impossível, só fez a pressão aumentar e sua circulação parar.
– Diana! – gritou em desespero pela sua irmã quando a força ficou maior que a dela e começou a ser puxada para baixo, mas exatamente para a janela.

A paisagem noturna foi tomada por um buraco negro. Diana apareceu, desesperada, e tentou puxar a sua irmã, mas nem a força das duas foi páreo contra as sombras. Luna se soltou de Diana, e agarrou na perna de uma mesinha de centro que ficava no quarto, que por sorte era fixada no chão. Uma segunda corrente surgiu do escuro e agarrou na altura do joelho da outra, que foi puxada muito mais facilmente que sua irmã. Num último ato de desafio, Luna pegou no braço de sua irmã, já com metade do corpo do outro lado. Ambas choraram de desespero, e por fim, foram engolidas pela escuridão.